segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Um golpe de mestre

Gostei de ouvir os comentários dos políticos à demissão do Alberto João Jardim. Chamaram-lhe de terrorista, separatista, e mais alguma palavras a tentar fazer parecer a todos os portugueses que o homem é uma ameaça, um independentista. Claro que todos nós sabemos que isso não é verdade, mas o simples facto de o retratarem continuamente dessa maneira, faz com que as pessoas tenham essa imagem do homem, mesmo sem nenhuma declaração da sua parte que demonstre algum tipo de separatismo.
Ainda mais engraçado é que mesmo depois de ele ter feito o que todos no governo desejavam, vieram repudiar a sua atitude. Claro que se formos a ver o que realmente os incomoda é que ele tenha se recandidatado a presidente.
A estratégia do governo é clara para com Alberto João. É desmanchar o seu carácter e minar todas as suas políticas, para que o povo madeirense pense que o melhor para a região é que ele não seja reeleito. É a verdadeira atitude colonialista de demonstrar aos pretos o que é melhor para eles. O problema é que eles queriam mais 2 anos para que esse intuito tivesse mais efeito. Com mais 2 anos o povo madeirense começaria a sentir na pele as pressões económicas impostas pela metrópole à região, só que o velhinho passou-lhes a perna. Demitiu-se e convocou eleições antecipadas.
Com esta demissão o tiozinho fodeu-lhes de uma maneira que até dói ver. Ao fazer com que o povo madeirense escolha agora, pois se ganhar (e de certeza vai ganhar), demonstrará que o povo apoia a sua política e que está do lado dele para fazer "guerra" contra as políticas descriminatórias do Sócrates. Também fará com que a decisão não seja feita daqui a 2 anos e faz com que a próxima decisão seja feita já com um governo que não o do Sócrates no poder ou mesmo um governo do Sócrates enfraquecido e sem maioria absoluta, tendo que negociar o défice da região em vez de impor restrições, para poderem aprovar o orçamento de estado.
Um golpe de mestre.